O prefeito Eduardo Paes e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançaram nesta sexta-feira, dia 25, o programa Saúde nas Escolas com 160 equipes fixas e oito móveis, atendendo a rede municipal de ensino. O programa é uma das ações fundamentais do projeto Escolas do Amanhã, criado para combater a evasão escolar e diminuir a defasagem idade/série nas unidades situadas nas regiões conflagradas ou recém-pacificadas da cidade. A cerimônia de lançamento foi realizada no Ciep Dr. Antoine Magarinos Torres Filho, na Tijuca, e contou ainda com a presença dos secretários municipais Claudia Costin (Educação) e Hans Dohmann (Saúde e Defesa Civil), além do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes.
O novo programa tem como objetivo dar assistência integral para mais de 105 mil alunos da rede municipal, com equipes de profissionais de saúde percorrendo inicialmente 151 Escolas do Amanhã e nove Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDI) para cuidar da saúde dos estudantes. Nessa primeira etapa, 160 unidades escolares da rede municipal serão atendidas e em cada uma delas haverá um técnico de enfermagem. Além desses profissionais fixos, oito unidades móveis de saúde, com um médico, um enfermeiro, um psicólogo, um dentista e um auxiliar de saúde bucal, percorrerão as escolas semanalmente. As unidades móveis contam com mobiliário próprio para promover o atendimento e material educativo, que será entregue às crianças.
De acordo com Eduardo Paes, o programa Saúde nas Escolas visa identificar e tratar os problemas de saúde das crianças, melhorando o desempenho dos alunos dentro da sala de aula:
- Esse programa é específico nas escolas. Muitas crianças, por exemplo, não enxergam direito e, por isso, têm dificuldade no aprendizado. Com esse novo programa daremos uma atenção especial à saúde do aluno, cuidando e prevenindo as doenças, evitando que faltem ao colégio e orientando-os para que cuidem da saúde. Isso tudo impacta no aprendizado e na qualidade de ensino. São melhorias e benefícios para a saúde das crianças e para elas aprenderem melhor. Estamos começando com mais de 100 mil crianças atendidas e esperamos expandir para toda a rede municipal de ensino - afirmou.
O ministro Alexandre Padilha destacou a importância do programa para a difusão das informações sobre saúde:
- Trazer a saúde pra dentro da escola é a melhor estratégia para não só cuidar das crianças, mas também fazer com que os hábitos saudáveis e a ideia de Saúde Presente chegue a todas as famílias do Brasil. Nosso objetivo é que as crianças aprendam isso na escola e levem isso pra dentro de casa, para o conjunto da família brasileira. O Ministério apoiará a ampliação do programa para toda a cidade.
Com o novo programa, as escolas passam a ter acesso ao Prontuário Eletrônico Único, um sistema integrado entre as secretarias de Educação e Saúde, que possibilita o acompanhamento passo a passo do histórico de saúde do aluno. Se o aluno for atendido na escola ou se passou por uma Clínica da Família, informações como dados pessoais, históricos de consultas, doenças ou antecedentes cirúrgicos estarão à disposição dos profissionais de saúde.
Segundo a secretária de Educação, Claudia Costin, a expectativa é de que a evasão escolar caia para menos da metade:
- O programa é um componente das Escolas do Amanhã, voltado a combater evasão escolar e melhorar o desempenho dos alunos que estão em áreas mais desafiadoras ou conflagradas. Essas crianças tinham dificuldade de acesso a serviços de saúde e vai ser um grande avanço ter profissionais dessa área dentro das escolas. Esperamos até o final de 2011 atender cerca de 360 mil crianças com exames audiométricos, inclusive colocação de próteses auditivas e óculos - ressaltou.
Já o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann, explicou a ação integrada com as Clínicas da Família:
- É nessa fase da vida, na primeira infância, que se forma o cidadão. O impacto de um programa como esse na primeira infância é decisivo sobre vários aspectos e também na área da saúde. Vamos formar uma geração mais saudável e mais consciente de que cuidar da saúde é fundamental. Por isso, esse programa tem um link com o Programa Saúde da Família. A equipe móvel identificará problemas de saúde nas crianças e as encaminhará para as unidades de saúde para que elas tenham um tratamento precoce e preventivo nas clínicas da família, que são as unidades apropriadas. A implantação é progressiva e percorrerá as áreas onde as comunidades têm menor índice de desenvolvimento humano e o serviço público tem que chegar - explicou.
Ações do programa Saúde nas Escolas:
Saúde Auditiva
- Triagem auditiva e exame de acuidade auditiva nas unidades escolares garantindo providências, encaminhamentos e soluções, quando necessários.
- Doação de próteses, aos alunos das escolas e creches que necessitem de correção auditiva, de forma regionalizada.
- Cadastro e identificação de diagnósticos e encaminhamentos dados aos alunos, para formação de banco de dados.
- Contratação de estagiários e otorrinolaringologistas.
Saúde Bucal
- Cadastro e identificação de diagnósticos, revelação de placa bacteriana, escovação supervisionada, tratamento restaurador atraumático (TRA) e encaminhamentos dados aos alunos, realizados pelos supervisores do Programa de Promoção de Saúde e Cidadania Dentescola para criar banco de dados.
- Infraestrutura para deslocamento dos supervisores, distribuição trimestral dos kits de saúde bucal nas escolas e dos insumos necessários para atividades educativas e implantação do hábito de higiene bucal diária no espaço escolar, e aquisição de kits de saúde bucal e revelador de placa com distribuição nas unidades escolares.
- Contratação de estagiários (para dar apoio às equipes de saúde bucal do Dentescola e da Estratégia Saúde da Família).
Saúde Ocular – Visão de Futuro
- Tem como objetivo corrigir possíveis falhas de aprendizagem ocasionadas por problemas de visão dos alunos.
- Cerca de 14 mil crianças terão acesso à consulta oftalmológica e ganharão óculos, se necessário;
- Serão beneficiados com o projeto os alunos das classes de alfabetização das Escolas do Amanhã, que vão fazer 6 anos em 2011 ou que possuem até 6 anos e
11 meses, os alunos que participaram das turmas de realfabetização em 2009 e os alunos do programa Nenhuma Criança a Menos.
11 meses, os alunos que participaram das turmas de realfabetização em 2009 e os alunos do programa Nenhuma Criança a Menos.
- Nos dias marcados por cada Coordenadoria Regional de Educação (CRE), os pais levarão os alunos até um dos pólos de atendimento. No local, as crianças realizarão o exame de vista e, aqueles que necessitarem de óculos serão encaminhados para outra unidade móvel, onde podem escolher a armação. Depois de cinco dias úteis, os óculos serão entregues à CRE, que ficará responsável pela distribuição nas escolas.
- Para esta ação, será utilizado um ônibus que conta com dois médicos oftalmologistas, um auxiliar de enfermagem e um coordenador da unidade, que atua no agendamento das atividades.
Texto: Juliana Romar
Fotos: Beth Santos
0 comentários:
Postar um comentário