O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, devido à
sua alta freqüência e sobretudo pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a
percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal. Ele é relativamente raro
antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce
rápida e progressivamente.
Este tipo de câncer representa nos países ocidentais uma das principais
causas de morte em mulheres. As estatísticas indicam o aumento de sua
freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em
desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de
60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência
ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos
continentes.
Sintomas
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no
seio, acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que
recobre a mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca
de uma laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila.
Fatores de Risco
História familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama,
especialmente se um ou mais parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) foram
acometidas antes dos 50 anos de idade. Entretanto, o câncer de mama de caráter
familiar corresponde a aproximadamente 10% do total de casos de cânceres de
mama. A idade constitui um outro importante fator de risco, havendo um aumento
rápido da incidência com o aumento da idade. A menarca precoce (idade da
primeira menstruação), a menopausa tardia (após os 50 anos de idade), a
ocorrência da primeira gravidez após os 30 anos e a nuliparidade (não ter tido
filhos), constituem também fatores de risco para o câncer de mama.
Ainda
é controvertida a associação do uso de contraceptivos orais com o aumento do
risco para o câncer de mama, apontando para certos subgrupos de mulheres como
as que usaram contraceptivos orais de dosagens elevadas de estrogênio, as que
fizeram uso da medicação por longo período e as que usaram anticoncepcional em
idade precoce, antes da primeira gravidez.
A
ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, é identificada
como fator de risco para o câncer de mama, assim como a exposição a radiações
ionizantes em idade inferior a 35 anos.
Detecção Precoce
As formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame
clínico da mama e a mamografia.
A Mamografia
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do
câncer, por ser capaz de mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de
milímetros).
É
realizada em um aparelho de raio X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama
é comprimida de forma a fornecer melhores imagens, e, portanto, melhor
capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado é discreto e suportável.
Estudos
sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame
adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como
estratégia isolada de rastreamento.
A
sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e
localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens
apresentam mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de
interpretação do radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente
dependente da qualidade do exame.
Os
resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em
mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a
nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção
precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de
estudos de meta-análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se
referem, principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres
acima dos 50 anos, depois de sete a nove anos de implementação de ações
organizadas de rastreamento.
O Auto-Exame das Mamas
O INCA não estimula o auto-exame das mamas como estratégia
isolada de detecção precoce do câncer de mama. A recomendação é que o
exame das mamas pela própria mulher faça parte das ações de educação para
a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo.
As
evidências científicas sugerem que o auto-exame das mamas não é eficiente para
o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade por câncer de
mama. Além disso, o auto-exame das mamas traz consigo conseqüências
negativas, como aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa
sensação de segurança nos exames falsamente negativos e impacto psicológico
negativo nos exames falsamente positivos.
Portanto,
o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame
físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro)
qualificado para essa atividade.
fonte: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=336
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